domingo, 9 de dezembro de 2007

Morrissey – You Are The Quarry (2004)



So, close your eyes and think of someone you physically admire
And let me kiss you...
Let me kiss you...


Então… Como começar a falar sobre o album que marcou a volta a mídia do artista que mais amo???

Durante sete anos não ouvimos uma música nova dele. Entre 1997 (Maladjusted) e 2004 (You Are the Quarry) Morrissey ausentou-se da música. Decidiu ir viver em Los Angeles, talvez cansado da Inglaterra mãe. Foi viver, quem sabe namorar, ajudar o Peta, ter uma vida “normal”. Morrissey, como todos sabem (ou deviam saber), é um dos maiores letristas que a música alguma vez nos pôde oferecer. Ninguém consegue lidar com a angústia, a dor de viver, a solidão na sua forma mais crua e, ao mesmo tempo, com um ego do tamanho do mundo como ele. E ao fazer tudo isso, ele ainda consegue ser acido, sagaz, belo e sábio.

Vamos ao disco?

O disco abre com “America Is Not the World”, onde é evidente que Moz continua com as garras afiadas, e a arma que segura na capa no disco está pronta para atingir tudo e todos, sem a mínima piedade. Talvez por residir nos EUA durante a gravação do album, deparou-se com a realidade de lá, e por isso afirma na lata: “America, the land of the free, they say, and of oppurtunity…But where the president is never black, female or gay” e “Why in Estónia, they say, hey you, big fat pig”. No poderoso single “Irish Blood, English Heart”, a política continua a ser o tema central, recuperando uma situação pela qual foi muito criticado nos anos 90: após ter aparecido vestido com a bandeira do Reino Unido foi acusado de nacionalista e racista, e neste tema recupera essa acontecimento: “I’ve been dreaming of a time when, to be english is not to be baneful, to be standing by the flag not feeling shameful, racist ou partial”.

Com “I Have Forgiven Jesus”, Morrissey entrega uma das canções mais belas do disco, onde amargura e sofrimento atingem o ouvinte como flechas que o perfuram lentamente e dolorosamente. É uma das canções mais bonitas da carreira de Moz, e ganhou um belíssimo clipe, onde ele, trajado como Padre, anda pela rua com sua banda, interpretando a música como só ele seria capaz.

Enfim, Morrissey provou no seu sétimo disco de ineditas que está melhor que nunca, não perdeu nenhuma das suas qualidades e que, talvez, estes sete anos de ausência até lhe fizeram bem. E o deleite com seu retomado trabalho continuaria no majestoso Ringleader of the Tormentors. Mas YATQ é o meu disco de cabeceira, até por ser o primeiro disco de Moz que tive o prazer de acompanhar as noticias sobre as gravações, esperar pelos clipes, ver a repercussão, ver as noticias sobre os shows...
Faixas que recomendo: T-O-D-A-S

Faixas do álbum:

1 - "America Is Not the World" – 4:03
2 - "Irish Blood English Heart" – 2:37
3 - "I Have Forgiven Jesus" – 3:41
4 - "Come Back to Camden" – 4:14
5 - "I'm Not Sorry" – 4:41
6 - "The World Is Full of Crashing Bores" – 3:51
7 - "How Can Anybody Possibly Know How I Feel?" – 3:25
8 - "First of the Gang to Die" – 3:38
9 - "Let Me Kiss You" – 3:30
10 - "All the Lazy Dykes" – 3:31
11 - "I Like You" – 4:11
12 - "You Know I Couldn't Last" – 5:51

Na edição “Deluxe Edition”, o cd tem 9 faixas a mais:

13. "Don't Make Fun of Daddy’s Voice" – 2:53
14. "It's Hard to Walk Tall When You’re Small" – 3:32
15. "Teenage Dad on His Estate" – 4:08
16. "Munich Air Disaster 1958" – 2:30
17. "Friday Mourning" – 4:08
18. "Never-Played Symphonies" – 3:03
19. "My Life Is a Succession of People Saying Goodbye" – 2:55
20. "I Am Two People" – 3:55
21. "Mexico" – 4:06

Um comentário:

Hedonie disse...

Adorei seu blog novo Wally!!!
Mta propriedade ao falar das bandas,pesquisa sólida e mesmo sendo fã numero um no Brasil do Moz vc transmitiu tudo o que era preciso pra qualquer leigo no assunto ficar super informado e atualizado sobre o cara(sem aquelas xurumelas de fa com crise de miguxês !!)
Mesmo quanto ao Hateen e Bruce!!
Nota 10!!!
(ps:e olha que jornalista é chato pra analisar texto heim?rs)
bjo bjo